quinta-feira, 8 de maio de 2008

Foto: Márcia Rodrigues/Agência FotocomAposta arriscada
Caio Júnior não é um técnico com a cara do Flamengo. Se der certo no clube, vai ser por essas incongruências do futebol. Ele tem uma postura intelectualizada que não combina com a Gávea, onde se idolatra gente vibrante, contagiante, estilo exatamente do antecessor, Joel Santana. Os rubro-negros se identificam muito mais com um técnico espalhafatoso, que faz os gostos da torcida, do que com alguém de gel no cabelo e óculos de professor universitário. É uma questão de perfil mesmo. Além disso, vai ser pé-frio assim no quinto dos infernos! Em uma semana Caio dançou em três campeonatos. Ainda no Goiás, foi eliminado da Copa do Brasil ao tomar de quatro do capenga Corinthians. Domingo, na despedida do time goiano, levou três do modestíssimo Itumbiara em pleno Serra Dourada (com direito a dois do vovô Basílio) e perdeu o título estadual. Chega ao Flamengo e, logo no primeiro jogo que assiste, véspera de assumir, acontece aquilo de ontem. No intervalo, ainda foi para a cabine da Rede Globo e se disse emocionado com a matéria do “Baú do Esporte”, que o mostrou, ainda jogador, ao lado da mamãe em Porto Alegre. Definitivamente, filhinho mimado não é o tipo que cai nas graças da galera do mengão. Estudioso, Caio Júnior precisa agora de carisma. Ou faz adequações de personalidade mais profundas do que uma simples mudança de penteado, ou corre o risco de não emplacar o segundo turno do Brasileirão vestido de vermelho-e-preto.

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