sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Foto: Adílson dos Santos/Prefeitura de Quissamã
Bem diferente
Muitos times pequenos passaram por uma grande reformulação entre o fim da Taça Guanabara e o início da Taça Rio, marcado para amanhã. Um exemplo é o novato Cardoso Moreira, que trocou de técnico (saiu o ex-volante Charles Guerreiro e entrou o antigo zagueiro Duílio) e mudou sete jogadores do time-base que começou o Campeonato Carioca. Entre os titulares só restaram o goleiro Macula, o experiente lateral direito Neném e os aplicados cabeças-de-área Índio e Rincón. O esforço é para tentar se manter na elite do futebol carioca. Com sete pontos ganhos, o Cardoso não está na zona de rebaixamento e quer permanecer fora dela. Agora a equipe tem a seguinte formação; Macula, Neném, Fabão, Pandora e Igor Nakamura; Índio, Rincón, Gugu e Marcelo Souza; William e Vágner Carioca.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Foto: Alexandre Cassiano / Jornal O Globo
Que fique na gozação
Defendo a teoria de que um jogador de futebol, ao marcar um gol, pode comemorar do jeito que quiser. É o momento de extravasar a emoção incontida. Se for por um grande clube e no Maracanã, então, não há como mensurar esse momento. Só quem já viveu pode esclarecer o que ocorre. E este, evidentemente, não é o meu caso, infelizmente. Thiago Neves dançou “créu” depois de balançar três vezes a rede do Flamengo. Foi a maneira que ele encontrou. Tudo bem. Ontem, Souza fingiu estar chorando para tirar um sarro com o desequilíbrio emocional do Botafogo. Tudo certo. Gente, isso é uma provocação comum. Faz parte do contexto do futebol. É uma das mumunhas do esporte. Não deveria, entretanto, virar instrumento para declarar guerra. As vítimas das brincadeiras geralmente não aceitam mais a gozação como antigamente. Aí começa o bate-boca pela imprensa e, na maioria dos casos, descamba para a baixaria, podendo até gerar violência entre os próprios atletas e na torcida. Lamentáveis e preocupantes não são os gestos, que sempre existiram e, volto a repetir, acredito serem normais, mas sim a proporção que a coisa toma.
Foto: Márcia Feitosa/FOTOCOM
No terreiro do Galo
Aconteceu mais rápido do que todo mundo esperava. O fato é que Dodô não ia ficar satisfeito e tranqüilo com a reserva no Fluminense. Daí a demonstrar felicidade com o interesse do Atlético Mineiro, é outra coisa. A diretoria do Fluminense já está na bronca e descarta qualquer irritação do atacante nas Laranjeiras. Branco chegou a afirmar que se trata, apenas, de especulação. Será? Que o esquema de três atacantes não ia se sustentar era nítido. E que o barrado seria Dodô, pule de dez. Afinal, foi o único a não ser indicado por Renato Gaúcho. O contrato do jogador com o tricolor tem dois anos de validade. Vamos ver, de fato, quanto tempo vai durar se o banco continuar a ser seu lugar.
Missão cumprida
O Botafogo fez o que os torcedores esperavam: derrotou o Rio Branco, no Acre, por 3x1, e evitou o jogo de volta pela Copa do Brasil. Agora aguarda o vencedor do confronto entre Jaguaré/ES e River/PI. No primeiro jogo o time capixaba ganhou em casa por 3x2. O placar desta noite (dois de Wellington Paulista e um de Zé Carlos, de falta) foi apertado pelas circunstâncias do jogo. No primeiro tempo o Botafogo jogou atrás, esperando o adversário, e levou sufoco. Diguinho demonstrou nervosismo e por pouco não foi expulso. O golpe de misericórdia no Rio Branco aconteceu aos 15 minutos da etapa final, quando um jogador levou cartão vermelho após falta dura em Túlio. Daí em diante o Fogão pressionou e marcou o gol que valeu a classificação aos 46 minutos. O resultado pode dar a tranqüilidade emocional que o elenco e a comissão técnica necessitam para a disputa da Taça Rio e a própria seqüência na Copa do Brasil.
Show de gols
Os torcedores de Atlético Mineiro, Grêmio e Coritiba estão rindo “de orelha à orelha”. Os três times massacraram os adversários esta noite e estão na próxima fase da Copa do Brasil. O Galo deu a maior goleada da competição até agora: 7x0 no Palmas, em Tocantins. Destaques para os meias Danilinho e Gérson, autores de dois gols, cada. No Olímpico, o tricolor gaúcho passou fácil, fácil pelo Jaciara (isso lá é nome de time de futebol?). O comandante dos 6x0 foi o colombiano Perea, que marcou quatro vezes. E o Coxa tripudiou da Tuna Luso, no Couto Pereira, assinalando o outro 6x0 da noite. Henrique Dias e Keirrison (que ainda perdeu um pênalti) balançaram as redes duas vezes.
Foto: FOTOCOM
De novo?
Sofrido, suado e na pressão. A vitória do Flamengo, minutos atrás sobre o Cienciano, do Peru, no Maracanã, lembrou muito o triunfo sobre o Botafogo, domingo passado. O mesmo placar (2x1) e com um gol no finalzinho de um jogador que entrou no segundo tempo. Desta vez o herói rubro-negro foi Marcinho, que balançou as redes a dois minutos do fim. Vinte e sete mil torcedores pagaram ingresso. E saíram, mais uma vez, de alma lavada.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Fotos: Arquivo Goiás

Ídolos do Centro-Oeste
Aos trinta e lá vai fumaça, Alex Dias e Paulo Baier (fotos acima, nessa ordem) continuam fazendo a festa do torcedor do Goiás. Hoje à noite cada um marcou um gol na goleada de 4x1 sobre o Cacerense, no Mato Grosso. A estréia do time na Copa do Brasil não poderia ter sido melhor. O resultado eliminou o jogo de volta, que seria em Goiânia. O próximo adversário é o amazonense Fast, que eliminou o Santa Cruz mesmo perdendo por 1x0, no Arrudão, em Recife. Ah, além dos dois o Goiás ainda tem o zagueiro Rafael Marques (ex-Botafogo) e os atacantes Schwenck (ex-Botafogo e Figueirense) e Alex Terra (que no início da carreira, no Fluminense, era chamado de Alex “Fidelinho”). O técnico é o competente Caio Júnior.
Foto: Maurício Val/VIPCOMM
Primeiro passo
Longe de jogar bem, o Vasco fez apenas o suficiente para derrotar o Itabaiana, de Sergipe, por 3x2, agora há pouco, em São Januário, e avançar na Copa do Brasil. Edmundo (foto acima) marcou pela primeira vez desde o seu retorno e parece que as coisas vão se ajustando na colina - Alan Kardec e Jorge Luiz fizeram os outros gols. O próximo adversário sai do confronto entre Democrata/MG e Bragantino/SP. Hoje à noite, no primeiro jogo, em Governador Valadares, o time da casa ganhou por 3x2. Pelo nível atual, o Vasco não chega a ser um dos favoritos ao título. Só que em competição do estilo "mata-mata" é muito difícil apostar em alguém. O Fluminense, no ano passado, que o diga. Levantou o troféu depois de uma série de tropeços.
Fotos: Marcos Serra Lima/Globo.Com

Aos flamenguistas
É com certo atraso, reconhecemos, que o MUMUNHA parabeniza a conquista da Taça Guanabara pelo Flamengo. Para ilustrar o reconhecimento do blog ao título rubro-negro, escolhemos a dedo essas duas fotos aí de cima. A moça sorridente com a camisa do Mengão assinada por Zico é Andressa Soares, mais conhecida como a funkeira "Mulher Melancia". Ela inventou a dança do "créu", muito popular também no meio do futebol e cuja coreografia é imitada pelos jogadores.
Favoritismo carioca
Não há mais praticamente nenhum time muito fácil de ser batido hoje em dia no futebol profissional. O nível técnico caiu e a parte física sobressai. Além disso, uma retranca bem armada, com alguns contra-ataques encaixados, sempre pode complicar o favorito em tese. Mesmo assim, acredito que Flamengo, Vasco e Botafogo têm tudo para conquistar vitórias até certo ponto tranqüilas daqui a pouco. O Mengão pega o arisco Cienciano, time do Peru, no Maracanã, e deve ter uma ou outra dificuldade. Porém nada que aparentemente, na teoria antes de a bola rolar, impeça os três pontos. Mesmo com alguns desfalques e ainda convivendo com problemas de relacionamento, o Vasco tem posição semelhante diante do modesto Itabaiana, de Sergipe. E o Botafogo encara o provavelmente apenas aguerrido Rio Branco, do Acre, que ainda não disputou partida oficial em 2008. Se fosse para apostar, cravava nos três cariocas. Apesar das surpresas cada vez mais comuns no mundo da bola.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Foto: Arquivo Ipatinga
Mal das pernas
Em ascensão no futebol brasileiro, o Ipatinga faz péssima campanha no Campeonato Mineiro. Depois de cinco rodadas, conquistou apenas três pontos e está na zona de rebaixamento. O técnico Emerson Ávila foi mandado embora há dez dias e um outro treinador ainda não chegou – especula-se o nome de Vagner Mancini, demitido do Grêmio recentemente. No próximo fim de semana o adversário é o lanterna Uberaba. Vale lembrar que o “Tigre” do Vale do Aço disputa este ano, pela primeira vez em sua história, a Série A do Brasileirão. No elenco, vários jogadores que já atuaram no Flamengo, casos dos volantes Paulinho (foto acima), Augusto Recife e Leandro Salino, e do ex-lateral esquerdo e agora meia Gérson Magrão. O atacante Vinícius Pacheco esteve por lá em janeiro mas preferiu voltar à Gávea.
Foto: O Globo
Grandalhão na área
Campeão do primeiro turno do Campeonato Catarinense no último final de semana, o Figueirense sacramentou hoje a contratação do desengonçado Tuta, 33 anos. Ele assinou contrato até o fim do ano. O centroavante vestiu a camisa do Grêmio na temporada passada e já rodou também por Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Atlético/PR e Vitória, entre outros clubes – além de uma desastrada passagem pelo futebol italiano. Em tempo: no Figueirense também atua o meia Rodrigo Fabri, aquele que “quase” foi craque desde quando apareceu para o futebol, em 1996, na Portuguesa de Desportos.
Foto: O Globo
De volta a Salvador
Não tem o Ramon, aquele meia lento, mas habilidoso e bom cobrador de faltas, que parece muito com o ator Murilo Benício? Pois bem, aos 36 anos, é o mais novo reforço do Vitória, da Bahia, clube, aliás, que o projetou para o futebol. O jogador foi anunciado na tarde de hoje e já disse que não vai demorar para entrar em forma. No ano passado ele disputou o Brasileirão pelo Atlético Paranaense sem deixar saudades. Em relação a times cariocas, só não jogou no Flamengo. Teve passagens por Vasco, Botafogo e Fluminense.
Outra competição
A Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca, começa sábado. A característica da disputa é bastante diferente da Taça Guanabara. Existem alguns pontos que podem refletir em uma ou mais surpresas nas semifinais no que se refere a presença de pequenos invadindo o território dos grandes, previamente demarcado pelo regulamento que estipula jogos somente no Rio de Janeiro.

1 – Todos os quatro grandes estão envolvidos em competições paralelas. Flamengo e Fluminense na Libertadores; Vasco e Botafogo na Copa do Brasil – casos também de Madureira e Volta Redonda. Com isso ocorre o estresse dos jogos no meio de semana, viagens longas e risco de ter jogadores contundidos.
2 – É bem provável que o Flamengo não dê a devida atenção à Taça Rio, por estar garantido na final. Mesmo ciente de que, conquistando também o segundo turno, será campeão sem a necessidade da decisão.
3 – As equipes de menor porte tiveram um período de 20 dias para ajustar os ponteiros. Foi a chamada “inter temporada”. Puderam se reforçar, recuperar jogadores lesionados ou mal fisicamente, e melhorar o conjunto de uma maneira geral.
4 – Na Taça Rio, os grandes jogam dois clássicos na fase de classificação, já que uma chave enfrenta a outra.
5 – Vasco, Fluminense e Botafogo perderam a primeira chance de chegar à finalíssima e agora só têm mais uma única oportunidade, o que pode influir psicologicamente.

Para que as semifinais se repitam entre os grandes, sem “intromissão”, é preciso muita concentração e um ótimo aproveitamento nos jogos em casa contra os menores. Além da superação física e emocional. Caso contrário, a zebra pode dar o ar da graça.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Foto: Márcio Rodrigues/FOTOCOM
Complexo de inferioridade
Tá virando neurose no Botafogo: todo jogo importante em que o time tem resultado adverso a culpa é da arbitragem. O problema do clube, em geral, realmente é fora das quatro linhas. Há uma espécie de resposta pronta coletiva para os insucessos. E sempre tende para o mesmo lado: atacar juízes e bandeirinhas. A diretoria, e agora os jogadores também, conseguem até enxergar uma ação orquestrada contra o alvinegro. Existe uma corrente na psicologia que explica isso de forma simples e objetiva. Segundo a teoria, arranjar sempre uma desculpa para os problemas é como pôr uma cortina de fumaça de forma a encobrir os próprios erros para não precisar combatê-los de frente. Parece o caso do Botafogo. Ontem o time jogou o que podia, fez um bom primeiro tempo e perdeu a cabeça antes de ser derrotado pelo Flamengo. Nos lances cruciais, não houve qualquer interferência do apito. Ferrero quase arrancou a camisa de Fábio Luciano dentro da área. Não queriam que o pênalti fosse marcado? Zé Carlos se estranhou com Souza e os dois receberam o justo cartão vermelho. E Lúcio Flávio deu um pontapé por trás, lance de expulsão direta – e ele já tinha o amarelo. Este foi o terceiro clássico do Botafogo em 2008. Em todos a equipe não conseguiu chegar ao fim dos 90 minutos com 11 jogadores em campo. O mesmo Zé Carlos havia sido encaminhado para o chuveiro mais cedo contra o Vasco. Na semifinal foi a vez de Triguinho deixar o time com menos um ao fazer falta besta e desnecessária no ataque. De longe, dá para concluir que o destempero e o nervosismo dos dirigentes estão chegando às pontas das chuteiras. De todo o chororô do Botafogo desde o ano passado, a única reclamação com razão de ser foi a atuação da Ana Paula Oliveira diante do Figueirense. Ela foi afastada dos gramados e tirou a roupa para a Playboy. E o Botafogo se vestiu de uma imensa mania de perseguição.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Sobre milagres e sonhos

O silêncio da UTI era opressivo. Observando o marido, em busca de um sinal qualquer, um piscar de olhos que trouxesse alguma esperança, ela não conseguia desviar a atenção das gotas que pingavam no cateter. Parecia uma ampulheta. Marcando os minutos cruciais que fariam a diferença entre a vida e a morte.
- Foi uma cirurgia complicada - avisou o médico: - Os próximos noventa minutos serão fundamentais para sabermos se ele vai sobreviver.
Na cabeça dele, toda costurada por fora, o que ia dentro era outra história. Também de noventa minutos. Tarde de sol no Maracanã, as arquibancadas lotadas e divididas entre rubro-negros e botafoguenses. A gritaria ensurdecedora do estádio parou por instantes, com o público boquiaberto assistindo à entrada em campo de seus heróis. Não era para menos. Do lado deles, Garrincha, Nilton Santos, Gerson, Manga, Paulinho Criciúma, Maurício (deslocado para a ponta esquerda), o artilheiro Túlio...
Do lado do Flamengo, um time de garotos. Um time inteiro vindo direto das divisões de base, incapaz de resistir um minuto que fosse diante da galeria de craques eternos do Botafogo que desfilava no gramado num milagre que só os delírios de um torcedor em coma poderiam explicar. Mas, ao lado dos meninos assustados, um craque só. Com a camisa dez mítica, mágica. Um jogador, mas na verdade o exército de um homem só: Zico.
Ela levantou a cabeça assustada quando o monitor cardíaco começou a apitar. A equipe médica entrou correndo e ela teve de sair da sala enquanto o desfibrilador era usado em mais uma tentativa de milagre moderno. Na cabeça do paciente, o Botafogo avançava com força. Garrincha deixou o menino lateral-esquerdo do Flamengo sentado com um drible e partiu furioso em direção à linha de fundo. Mais dois dribles no cabeça-de-área e um cruzamento perfeito para Túlio fulminar de cabeça. Os médicos insistiram em mais um choque e o coração dele começou a dar sinais de que talvez ainda não fosse o fim. A cabeçada de Túlio foi magistral, mas o goleiro pulou para o que seria o primeiro de muitos milagres naquela tarde no Maracanã e na vida. Escanteio.
Ao lado da cama, os médicos lutavam com tudo o que tinham para manter o coração funcionando e o cérebro oxigenado. No Maracanã imaginário, o goleiro do Flamengo seguia fazendo milagres enquanto Gerson, Garrincha, Didi e Túlio acuavam a combalida defesa rubro-negra. Foram noventa minutos que duraram uma eternidade para uns e passaram rápido como um relâmpago para outros. Já extenuados, os médicos finalmente pararam e esperaram. No jogo do século, o zagueiro do Flamengo rebateu uma bola de qualquer maneira para Zico, que dominou e tirou o mestre Nilton Santos da jogada com um drible de corpo. O Maracanã parou em suspense quando o craque, mesmo com o joelho combalido, arrancou, driblou mais dois defensores e percebeu Manga saindo desesperado. Quarenta e seis do segundo tempo. Bola por cobertura.
Abriu os olhos devagar e a primeira visão que teve foi a esposa, que ensaiou um sorriso em meio às lágrimas. Ouviu em seguida o barulho dos fogos. Só tempos depois foi saber o motivo da alegria que explodiu naquela tarde carioca. Tarde de milagres, de Taça Guanabara e de título. Um a zero. Gol de Obina.
Foto: Arquivo Google
Vigiando o destino
Vai para o banheiro. Pega a toalha e a calça cinza. Sai sem camisa, como gosta. Pés descalços. Dez e quinze da manhã. O filho só relembra: “não vai esquecer, hein!” Ele sabe que o pedido é feito troféu para ser guardado na estante eternamente. Pôs o coturno sobre a meia grossa de forma a não machucar o calcanhar.

Sabe que tem um compromisso inabalável: chegar ao estádio quatro horas antes do clássico. Embarca no ônibus vinte minutos depois de enfrentar fila de espera. Senta antes da roleta. Imperceptível. Vê pela janela esquerda barracos, asfalto e desgraça. É sujeito pobre e honesto, pai de família e profissional exemplar.

O motorista não ajuda. Um acidente com três mortos (entre eles duas crianças), também não. Chega atrasado ao quartel. Mal ouve as orientações do tenente coronel, que repara e recrimina sua farda mal passada.

- Ser policial no Rio de Janeiro e com manter-se super-herói vinte e quatro horas, até dormindo -, confidencia a si próprio, relembrando as histórias do Super Man que lia na infância sofrida na Baixada Fluminense. Não vislumbra muita coisa além do autógrafo que tem que conseguir. É passaporte para fazer o sono do primogênito sereno.

Na central de policiamento do Maracanã, reúne-se com os demais. Traçam planos. Estratégias para conter as torcidas são minuciosamente detalhadas. Tudo definido, um grupo adentra o gramado. Não era seu caso. Fora designado para a arquibancada. Lado esquerdo das tribunas.

Justo com mais 14, faz parte do cordão de isolamento que impede o confronto de botafoguenses e flamenguistas.

- Ele nem imagina onde estou – pensa, sabendo que o “pimpolho” acompanha tudo pelo inseparável rádio de pilha.

Se vê com um personagem (coadjuvante, entende) de uma bela história. Em casa não é bem assim.

- Papai está lá no campo, pertinho dos craques. E vai falar com o camisa sete alvinegro – enaltece aos colegas de rua que, igualmente, torcem por algum dos dois clubes na final. E olha que todos o admiram e invejam.

Os times pisam o gramado. Ouvem vaias e aplausos. Jogadores sentem, intimamente, a desconfiança de mais de sessenta mil pessoas.

O PM carrega nas costas o peso da única escolha que a vida lhe proporcionou. É o que garante pelo menos oitocentos reais por mês.

Não teve muita chance. Pobre, foi o único entre oito irmãos a concluir o segundo grau e seguir profissão.

Já são quase 40 do segundo tempo. Impossível cumprir.

- Ele deve estar ouvindo o narrador enlouquecer com os dribles desse danado – antevê.

Na direita, o tal domina a bola. Pára. Não faz nada. A multidão emudece. Cinco segundos parecem eternidade.

- Caramba, é um demônio – arrepia-se, esticando o pescoço para trás e observando o único lance que pode durante toda a partida.

Trila o apito. Torcida vibra. Tem noção disso. Vê gente de vermelho e preto indo embora e o povo alvinegro gritando.

- Graças a Deus não precisei usar o cacetete – resigna-se.

Palco vazio, hora de partir. Não sabe, direito, como vai chegar. Tem uma idéia brusca, inusitada. Vai até a cabine e pede ao locutor uma assinatura. O retorno é repeteco do início da tarde. Chega consumido pelo exercício diário do ofício. Encara o moleque.

- Não é o que você esperava – diz, esticando a mão.

O menino olha e chora, copiosamente.

- Sei que não tenho habilidade. Nunca vou ser bom de bola – engole seco.

O militar grisalho não tem tempo de captar a mensagem.

- Tenho uma surpresa: passei no vestibular de Comunicação Social. E fiz porque sempre sonhei narrar grandes jogos – informa.

Agora vai ingressar na concorrida universidade pública com o carimbo do mestre que sempre admirou.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Foto: Reprodução do livro "Didi, o gênio da folha seca"
Memória abandonada
Valdir Pereira, ou simplesmente Didi, foi um dos maiores jogadores de futebol em todos os tempos. No mundo inteiro. Ídolo de Fluminense e Botafogo, eleito o melhor da Copa do Mundo de 58 (a primeira conquistada pelo Brasil), e astro do Real Madrid, da Espanha. De quebra, ainda inventou a “folha seca”, chute que produz um incrível efeito na bola, semelhante a imagem da folha caindo da árvore. Depois de pendurar as chuteiras, seguiu sua trajetória brilhante como técnico. Comandou a Seleção Peruana na Copa de 70 e o Fenerbach, da Turquia, hoje treinado por Zico. Reverenciado até os dias atuais em todos os grandes clubes pelos quais passou, é considerado imortal no Peru. Em 1994 o livro “Didi, o gênio da folha seca”, escrito pelo amigo Péris Ribeiro, foi o mais vendido na literatura esportiva do país. Ele só nunca teve o valor (imensurável, diga-se de passagem) reconhecido em Campos, sua terra natal. Para não dizer que não existe absolutamente nada na cidade que lembre o mestre dos gramados, o ginásio municipal, incrustado na antiga sede da AABB, e onde funciona a Fundação de Esportes, leva seu nome. Um verdadeiro abandono à memória do futebol local, nacional e mundial.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Foto: Reprodução Rede Record
Do outro lado
Para dois jogadores o clássico decisivo da Taça Guanabara pode ter um gostinho especial. É que, há algum tempo, eles estavam justamente do lado oposto. O zagueiro Renato Silva, do Botafogo, jogou no Flamengo, onde não deixou saudades. E o rubro-negro Leonardo Moura, para quem não sabe, foi revelado pelo alvinegro de General Severiano. Começou a carreira como cabeça-de-área, inclusive. Isso sem falar nos treinadores. Cuca já treinou o Mengão (foto acima). E Joel Santana conquistou título estadual e tudo pelo Botafogo em 1997.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Foto: Imagens Google
Ajeita os óculos, Eurico!
Leitores do MUMUNHA, eis a frase do ano, dita pelo “dono” do Vasco da Gama, Eurico Miranda: “Ouso afirmar que o Vasco é o favorito à conquista do Campeonato Carioca”. Não satisfeito, prosseguiu: “Fomos melhores nos dois clássicos que disputamos e estou bastante confiante. No jogo de domingo fomos amplamente superiores. No primeiro gol deles, houve falta em nosso zagueiro (Vilson)”. O festival de baboseiras foi ao ar em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. A conclusão do blog é que o ex-deputado brigou feio...com o oftalmologista.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Foto: Folha Imagem
Xerifão agora é técnico
Alguém aí se lembra do zagueiro Argel, que passou por Internacional e Cruzeiro, entre outros grandes clubes? Pois bem, aos 33 anos, depois de uma frustrada tentativa de disputar a Libertadores pelo Santos, resolveu pendurar as chuteiras. Agora o becão, conhecido por seu estilo truculento, é treinador. Acaba de ser contratado pelo Mogi Mirim, que disputa a Série A2 do Campeonato Paulista.
Foto: Lancepress
O que houve, Adriano?
O futebol tem umas coisas esquisitas. Adriano Gabiru, autor do gol que deu o título mundial ao Internacional em 2006, na final com o Barcelona da Espanha, não consegue se firmar mais em lugar nenhum. Hoje foi dispensado do Sport de Recife, onde não estava sendo aproveitado. O curioso é que já havia sido mandado embora do próprio Internacional. Esse rapaz começou muito bem no Atlético Paranaense, onde viveu a melhor fase da carreira. Depois alternou péssimos e maus momentos, até marcar e levar o Inter ao topo do mundo. O gol, em si, apesar de feito em uma final desse porte, não garante a ele o status de craque, porém é algo extremamente significativo. O mais importante, agora, é Adriano Gabiru recuperar o futebol dos tempos do “Furacão”. Se isso for possível. Não se trata de nenhum “fora de série”, apenas de um jogador, digamos, interessante.
Foto: Maurício Val/VIPCOMM
Edmundo ainda é aquele
Esse negócio de falar “eu avisei, eu já sabia” é um porre. Ou melhor, uma ressaca. Parece coisa de tia velha, que tem nariz grande, cara de mijona e é chata pra cacete. Mas essa do Edmundo era barbada. Um cara de 36 anos que não joga há três meses, mesmo fazendo uma pré-temporada de 25 dias, dificilmente vai estar em ritmo para encarar um clássico decisivo. E foi isso que escrevi aqui no MUMUNHA, quinta-feira passada. O título do post é “Animal na área”. Basta descer a barra de rolagem um pouquinho só e conferir. Bingo. Depois da derrota de ontem, Edmundo deu entrevistas ainda no gramado do Maracanã afirmando que não reunia condições de entrar em campo. Assumiu a culpa pelo pênalti perdido, mas alegou terem apressado sua estréia. Estranho como mudou o discurso tão rapidamente. Alguns minutinhos antes do jogo ele conversou com um repórter da Rede Globo (não me lembro se era Erik Faria, Carlos Gil ou José Ilan) e se disse muito animado para a partida. Chegou a declarar, inclusive, que se emocionara com os gritos de “Ah, é Edmundo” da torcida do Vasco. Resumo da ópera: ele continua o mesmo de sempre.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Foto: Arquivo Flamengo
Mengo arrasou Bota em 92
Mesmo com um time limitado e encarando o favoritismo do adversário, o Flamengo liqüidou o Botafogo em 1992 na decisão do Campeonato Brasileiro. O "vovô" Júnior, com quase 40 anos, arrebentou e comandou a rapaziada.
Em pé; Gélson Baresi, Gilmar, Wilson Gotardo, Charles Guerreiro, Piá e Júnior.
Agachados; Júlio César, Gaúcho, Zinho, Fabinho e Uidemar.
Foto: Arquivo Botafogo
Fogão detonou Fla em 1989
Decidir com o Flamengo traz boas lembranças para a torcida do Botafogo. Olha o time de 1989 aí, que venceu por 1x0 com aquele gol do Maurício empurrando o Leonardo.
Em pé; Josimar, Ricardo Cruz, Carlos Alberto, Mauro Galvão, Marquinhos e Wilson Gotardo.
Agachados; Maurício, Luizinho, Vitor, Paulinho Criciúma e Gustavo.
Foto: Márcia Feitosa/FOTOCOM
Vitória da defesa
Por essa nem o mais fanático flamenguista esperava. Vencer o Vasco de virada, com dois gols de zagueiros, e ainda ver Bruno defender um pênalti de Edmuldo, lavou a alma rubro-negra depois de uma semana instável. Fábio Luciano encarnou o espírito: jogou com o braço machucado, cobrou muito do juiz e ainda fez o primeiro. Já Ronaldo Angelim (foto acima) contou com uma dose de sorte no lance do segundo gol. Vitória justa do Flamengo, superior em campo praticamente todo o tempo. Para quem gosta de números, a final da Taça Guanabara vai ser justamente entre os dois times que fizeram as melhores campanha na fase de classificação. Será que o Flamengo vai ganhar outra em cima do Botafogo? Ou dessa vez haverá revanche da decisão do Campeonato Carioca do ano passado? Façam suas apostas e votem em nossa enquete.
Foto: Daniel Zappe/FOTOCOM
Visão de futuro
Terça-feira passada encontrei, sem querer, com meu amigo Arnaldo Garcia, narrador esportivo de primeira qualidade. Em meio a conversa sobre as semifinais da Taça Guanabara, eis que ele me sai com essa: "O Botafogo vai ganhar o clássico. O Fluminense sempre joga uma partida bem e a outra muito mal". Dito e feito. O Fogão - sem nenhum brilhantismo, mas extremamente eficiente taticamente - pegou o tricolor e...créu!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sonhar não custa nada

Trinta e três minutos do primeiro tempo. Falta na entrada da área do Flamengo. Tiago, goleiro do Vasco, vai bater. Cobra com categoria, mas Bruno voa e defende firme. O goleiro do Fla levanta rápido e manda direto. Gol!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Foto: Marcia Feitosa/FOTOCOM
Abre o olho, Mengão!
A semana não está sendo nada fácil para o Flamengo. Os reservas levaram uma sova do mistão do Fluminense (tudo bem que não valia nada) no fim de semana. Na Libertadores, a estréia decepcionou – empate em 0x0 com o Coronel Bolognesi. Domingo tem o clássico com o Vasco, pelas semifinais da Taça Guanabara. Os titulares juram de pé junto que o cansaço não atrapalha. Será? Recapitulando: o Mengão viajou para o Peru, ida e volta; teve o estado emocional atingido em cheio pela primeira partida no torneio (favor não confundir com campeonato) mais importante da América; e ainda vem de goleada em um clássico. O favoritismo é evidente. Só não deve ser transformado em menosprezo. Não sei ainda se o Joel vai escalar dois centroavantes. É provável que nem ele tenha definido. Vai uma dica: melhor começar com Souza e Marcinho. Com dois “paredões” lá na frente pode facilitar a vida da frágil defesa cruzmaltina.
Foto: Site Cruzeiro
Olha a raposa
Não concluímos nem o segundo mês do ano. Muito cedo para análises mais aprofundadas sobre esse ou aquele time. A prudência, entretanto, sugere uma olhada no Cruzeiro. O time vai bem no Campeonato Mineiro, com 100% de aproveitamento, e mantém a boa fase na Libertadores – venceu o Cerro Porteño duas vezes e goleou ontem o Real Potosi, em casa, já na fase que vale alguma coisa. A equipe mescla jogadores experientes com jovens promessas celestes, casos de Wagner, Guilherme e o boliviano Marcelo Moreno – justamente o trio ofensivo. Depois de desmaiar devido a uma crise de hipoglicemia logo na apresentação, o meia improvisado na lateral Marquinhos Paraná vai ganhando espaço. Na zaga o equatoriano Espinoza é titular ao lado de Thiago Heleno. E Jadilson, ex-São Paulo, “dá conta do recado” na lateral esquerda. Por enquanto o trabalho do técnico Adilson Batista, ex-zagueiro do próprio clube e de várias outras equipes, é excelente. Detalhe: em nenhum jogo o Cruzeiro marcou menos de três gols. O time base; Fábio; Marquinhos Paraná, Thiago Heleno, Espinoza e Jadilson; Fabrício, Ramires, Charles e Wagner; Guilherme e Marcelo Moreno.
Foto: Rafael Cardoso/GLOBO ESPORTE
Furacão devastador
Sabem qual é o melhor time do país neste início de temporada nos estaduais Brasil afora? Acertou quem respondeu Atlético Paranaense. Comandado pelo simpático violeiro Ney Franco (ex-Flamengo), o “Furacão” venceu os dez jogos disputados até agora no Campeonato Paranaense e mantém a incrível diferença de 13 pontos para o segundo colocado (o Iraty). O Atlético ainda tem o melhor ataque (25 gols) e a defesa mais eficiente (só foi vazada quatro vezes). Para se ter uma idéia da superioridade rubro-negra, os tradicionais rivais estão longe, bem longe. O Coritiba é só o quinto colocado. E o Paraná, rebaixado à Série B do Nacional, ocupa somente a nona posição. Mais uma vitória e o Atlético iguala o recorde de 1949 no Estadual (11 resultados positivos em seqüência). Um dos destaques do time é o veterano Marcelo Ramos, que já fez nove gols. O capitão continua sendo Clayton, que não deixou saudades no Botafogo e no Flamengo. E tem um detalhe: o baixinho colombiano Ferreira, que arrebentou no Brasileirão, não está mais lá – foi emprestado ao Al-Shabab, dos Emirados Árabes.
Foto: Paulo Fernandes/VASCO
Animal na área
Aqui, leva a mal não, mas essa escalação do Edmundo para o clássico contra o Flamengo é forçar muito a barra. O “animal” já está com 36 anos e não joga desde o ano passado. Tudo bem que a experiência pesa, coisa e tal. Mas barrar o garoto Alex Teixeira, que vem crescendo de produção e é uma grande promessa, é sacanagem da grossa. Edmundo pode até acabar com o jogo, o que acho improvável. Só que deixar o menino de fora acaba ratificando tudo que o Romário disse do Eurico. Afinal, a linha de frente vai ter o “poste” Alan Kardec como titular. Sei não, mas o Mengão pode ter se dado bem nessa. A galera vascaína, claro, torce para eu queimar a língua no ferro quente de passar roupa. Se eu errar, podem até adicionar umas batatinhas sotê junto. Tá liberado.
Foto: Jefferson Botega/ZEROHORA
Orelhada
Segunda grande burrada do ano no Grêmio. A diretoria demitiu o jovem e promissor técnico Vágner Mancini (que levou o Paulista de Jundiaí ao título da Copa do Brasil em 2005). Retrospecto do cara: seis jogos, quatro vitórias e dois empates. Dez gols pró e apenas três contra – somando o Campeonato Gaúcho com a Copa do Brasil. A desculpa, pra lá de esfarrapada, é que a equipe teve dificuldades para derrotar o Jaciara, do Mato Grosso, ontem à noite. Vá lá que Jaciara é nome de índia peituda. Mas fritar o treinador por conta disso é um grande, um enorme exagero. Ah, ia esquecendo de comentar a primeira mancada da direção gremista: contrataram o Roger! O pior ainda está por vir e atende pelo nome de Celso Roth, o mais cotado para assumir. Assim, a torcida não agüenta.
Foto: Alvinho Duarte e Márcio Rodrigues/FOTOCOM
Pontos fortes
Conforme prometido ontem, o MUMUNHA agora apresenta o que considera eficiente em Fluminense e Botafogo, primeira semifinal da Taça Guanabara. Vamos lá.
Fluminense
1 – A zaga é uma das melhores do Brasil. E o Thiago Silva merece chance na Seleção. Grande jogador.
2 – Se Conca e Thiago Neves jogarem juntos, o Botafogo tem tudo para sofrer. Dois jogadores acima da média (baixa, por sinal).
3 – Washington está em grande fase. Incorporou o espírito tricolor e está fazendo gol de tudo que é jeito.
4 – Leandro Amaral é outro diferencial pela qualidade também como garçom. Dificilmente vai deixar de enlouquecer a zaga do alvinegro.
5 – O Fluminense ainda não perdeu e vem de uma goleada (sem sal, é verdade), o que motiva os jogadores e eleva a auto-estima.
Botafogo
1 – Triguinho não é nada de extraordinário, mas pode ser muito útil no ataque explorando as brechas de Gabriel.
2 – O elemento-surpresa tem sido um dos trunfos do Botafogo. Aliás, as jogadas são exaustivamente ensaiadas e isso tem dado um certo resultado, especialmente nas bolas paradas.
3 – O potente chute de Zé Carlos pode fazer a diferença. Ele bate bem faltas e pega muito bem na bola à longa distância.
4 – Se Jorge Henrique jogar (e acho que joga mesmo no sacrifício), o Botafogo cresce. Ele é o tipo do jogador enjoado. Corre, combate, não se entrega e ainda tem uma certa técnica. Agora também resolveu fazer uns gols.
5 – Como vem de dois resultados negativos (empate com a Cabofriense e derrota para o Madureira), existe uma certa responsabilidade em “se recuperar”. Nada melhor do que um clássico.
P.S – Dodô não foi citado porque a balança está pela metade. Pode jogar, ou não. Pode decidir e acabar com o jogo ou pode tremer contra o ex-clube.
Foto: Leandro Nunes/NA REDE
Carimba e assina
Essa é fantástica. Charles Guerreiro, aquele mesmo que jogou no Flamengo, treinava o Cardoso Moreira na Taça Guanabara. Depois de concluído o primeiro turno do Campeonato Carioca para os times pequenos, deixa o clube. Até aí, tudo normal. O fato é que, primeiro, ele andou dando umas declarações à imprensa afirmando ter pedido demissão por não concordar com as intromissões em seu trabalho feitas pela diretoria do clube e revelando que algumas promessas financeiras não foram cumpridas. Logo em seguida, os dirigentes desmentiram. Segundo eles, o técnico foi demitido por causa da fraca campanha do time. Eis que, surpreendentemente, aparece uma terceira versão para o caso: Charles e a cúpula do Cardoso Moreira teriam entrado em um entendimento amigável para ele sair do clube. O mais curioso é a explicação dada agora. Charles Guerreiro alegou não ter concedido qualquer entrevista, atribuindo suas palavras, publicadas no Jornal dos Sports e repercutidas por outros veículos de comunicação, a “alguém que queria ajudá-lo mas acabou criando um problema”. Para ficar “bem na fita”, procurou um cartório de Cardoso Moreira e autenticou oficialmente sua despedida. O, digamos, “documento lavrado”, pode ser visto no site do Jornal Na Rede (www.jornalnarede.com.br). No conteúdo, o treinador cita que jamais houve qualquer interferência e que o clube não lhe deve nem um centavo. Assinou e reconheceu firma. Mais uma para a coleção de pérolas do nosso alegre esporte bretão.
OBS – O Charles Guerreiro não está a cara do Evandro Mesquita na foto aí de cima? Só falta cantar “Você não soube me amar”. hehehehehehe
Foto: Juliano Designer
Aguaceiro
A bola foi levantada pelo bom-de-copo João Paulo Arruda no blog Saideira: ultimamente as cervejas mais consumidas do Brasil (todas da Ambev) estão com um gosto diferente, desagradável e aguado. Também já notei isso. Brahma, Antarctica (mesmo a original) e Skol viraram um purgante depois do monopólio. João indica a Theresópolis Gold. Eu fico com a Devassa. A ruiva, então, é um espetáculo. Êta cerveja boa! Ah, o leitor deve estar perguntando o porquê deste post aqui. Pô, é só ver a logomarca do MUMUNHA.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Foto: EFE
Bolognesi indigesto
Não deu mesmo para o Flamengo esta noite. O rubro-negro ficou no mísero 0x0 contra o desconhecido Coronel Bolognesi (um dos nomes de time de futebol mais engraçados da América, com certeza). Souza, mais estabanado do que nunca, não conseguiu fugir da marcação. E Obina ainda perdeu um gol feito no finzinho.
Foto: César Loureiro/O GLOBO
Que chamego, hein!
É exatamente isso que vocês estão pensando. Zé Carlos deu um verdadeiro “amasso” em Alessandro, hoje, no treino do Botafogo. Reparem bem que o artilheiro alvinegro da temporada, que já está sendo reconhecido pelo seu potente chute de esquerda, chega a fechar os olhinhos. Que cândido! O lateral, meio sem graça, só fez pôr os dentões para fora num sorrisinho pra lá de amarelo. Isso é que é ambiente bom em um clube de futebol. O resto é conversa de machão.
Foto: Agência Lancepress
Ei, me abraça aí!
Os cariocas foram bem na primeira rodada da Copa do Brasil. Surpreendentemente, o Volta Redonda, que fez péssima campanha na Taça Guanabara, é o primeiro classificado para a segunda fase da competição. Derrotou, fora de casa, o Roma (do Paraná) por 2x0, gols de Marcinho e Leo Guerra. Evitou, desta maneira, o jogo de volta (sem trocadilho, por favor). O próximo adversário sairá do confronto entre Portuguesa e Ji-Paraná/RO. Enquanto isso o Vasco, com o time todo reserva, venceu apertado o Itabaiana, em Sergipe, por 1x0, gol de pênalti de Bruno Meneghel (foto acima, comemorando com Abuda), que, apesar do sobrenome, não é irmão da Xuxa. A segunda partida acontece no dia 27, em São Januário.
Foto: Reuters
Coronel osso-duro
Por enquanto o tal Coronel Bolognesi, que tem um uniforme parecido com o do América, vai endurecendo com o Flamengo. Intervalo em Tacna, no Peru e nada de gols. Neste lance aí de cima, Linares deu um toco em Jônatas. Joel Santana já mexeu: tirou Toró no finalzinho do primeiro tempo e colocou Kléberson. O ataque tem Diego Tardelli e Souza. Juan, por falta dura, recebeu o único cartão amarelo do jogo até agora.
Foto: fotomontagem/EXTRA
Futebol com saideira
Esse sujeito de camisa roxa aí em cima é o meu amigo João Paulo Arruda, também colaborador deste espaço. Sempre antenado, ele tem um blog junto de Luiz Júnior (o camarada de cavanhaque). Ambos trabalham no Extra. Nas horas vagas, comentam sobre bares, noitadas e outras mumunhas. Vale a conferida. Prosa de primeira, cerveja gelada e petisco no ponto. O endereço é: extra.globo.com/blogs/saideira
Fotos: Márcio Rodrigues e Alvinho Duarte/FOTOCOM
As fraquezas de cada um
O MUMUNHA vai meter o bedelho nas semifinais da Taça Guanabara. Para começar, vamos com os dedos nas feridas de Fluminense e Botafogo. Depois a gente comenta sobre os pontos fortes das duas equipes e faz exatamente o mesmo com Flamengo e Vasco.
Fluminense
1 – Os goleiros não são confiáveis. Diego e Fernando Henrique costumam falhar, especialmente em chutes de longe – uma das armas do Botafogo.
2 – Como o esquema é altamente ofensivo, os laterais avançam muito. E costumam deixar generosas brechas dos dois lados.
3 – Fraco tecnicamente, Ygor é presa fácil de um meia um pouco mais habilidoso como Lúcio Flávio, por exemplo. Se estiver em um dia nervoso, então, para ser expulso pouco custa.
4 – Jogar com três centroavantes em um clássico decisivo é temerário. A não ser Leandro Amaral, que dá um certo combate, os outros dois (Washington e Dodô) não têm nenhum cacoete na marcação.
5 – De estilo destemperado, Renato Gaúcho, dependendo de suas ações e reações, pode enervar o time.
Botafogo
1 – Castillo é baixinho e sai mal do gol. E Washington é especialista no jogo aéreo. De repente o Fluminense vai se dar muito bem por aí.
2 – Alessandro deve ter muito trabalho com Júnior César. Pela direita, a defesa do Botafogo é fraca.
3 – A dupla de zaga ainda não tem o entrosamento ideal. De Renato Silva pode se esperar tudo. E Ferrero, apesar de jogar firme, é lento. Com Leandro Amaral em cima pode ser um verdadeiro tormento.
4 – Diguinho alterna bons momentos com infantilidades. Ele será o responsável direto pela marcação a Thiago Neves, o craque tricolor. Mesmo caso de Ygor, no Fluminense: para ir tomar banho mais cedo, é daqui para ali.
5 – Cuca tem a mania de recuar demasiadamente o Botafogo assim que o time sai na frente do placar em um jogo importante. Isso cansou de acontecer em 2007.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Foto: Folha Imagem
Valeu, Romário!
Alguém aí ainda agüenta ler notícias relacionadas a Romário? Ele está em uma trajetória muita parecida com a de Pelé. Os dois, guardadas as devidas proporções e posições, foram geniais dentro das quatro linhas. E mestres em falar e fazer bobagens fora delas. Não é à toa que são desafetos. Bem, já que o post é sobre Romário e Pelé anda meio sumido, vamos deixá-lo lá no canto dele. O baixinho este ano (hoje é apenas o 43º dia), já foi treinador, suspenso por dopping capilar, aturou Edmundo, saiu do Vasco, quis voltar ao Flamengo, pensou em voltar atrás e se despedir no Vasco, agora quer ser presidente do Flamengo... Parece completamente perdido. Típico comportamento de quem está fora de órbita. E este, infelizmente, é o caso de Romário. As chuteiras deveriam ter sido penduradas há tempo. Até em homenagem a uma carreira sensacional, de um jogador extraordinário (embora jamais de um atleta exemplar). Romário foi o último “fora-de-série” do futebol brasileiro. Faltam adjetivos para defini-lo com a bola nos pés e também sem ela. Ganhou uma Copa do Mundo no peito e na raça com um time apenas mediano, foi astro na Europa, brilhou no Brasil, encantou o planeta. Aquela papagaiada do gol 1000 (mesmo ele merecendo todas as honrarias) foi dose. Contabilizaram até jogos-treino. Bem, vá lá. Só que acabou. E Romário não se deu conta disso. Chega, Romário. Seu tempo de jogador passou. É hora de, aos 42 anos, assumir uma postura profissional madura. Não dá mais para fugir do ridículo, porque isso acontece há pelo menos um ano. Vai aqui uma sugestão: depois daquele tosco jogo-despedida com a Guatemala, seria legal o Romário ter uma partida de adeus pela Seleção Brasileira no Maracanã, com casa cheia. E diante de um adversário mais forte, evidentemente. Talvez até a Argentina, com Maradona, quem sabe? Seria um belo atrativo e um fim menos melancólico. Ele merece sair de cena aplaudido de pé. E não pela porta dos fundos, onde jamais será o seu lugar.
Caça ao Imperador
Palhaçada. Perseguição. Putaria até o que estão fazendo com o Adriano. Não sou fã do cara, não gosto de bad boys e nem tenho procuração para defendê-lo, claro, mas qualquer um que entende o mínimo de futebol sabe que não houve agressão nenhuma no lance com o zagueiro Domingos, do Santos. Todo mundo viu que o Domingos deu uma chapuletada primeiro e o Adriano simplesmente encarou o cara, foi encarado de volta e deu aquele totozinho com a cabeça. Era lance para, no máximo, cartão amarelo. Para os dois. O Adriano está sendo perseguido pelo seu histórico de problemas, o que não é justo, já que nunca foi um jogador violento. Grande sacanagem estão fazendo com o cara.
Foto: Buda Mendes / FERJ
Escalada de lambanças
Essa cartolagem do Botafogo não se emenda mesmo. Um camarada que é colaborador do clube foi designado para contratar o elenco 2008. Futuca daqui, mexe dali, esse tal de Ricardo Rotemberg (isso mais parece nome de executivo de fábrica de perfume), levou para General Severiano um goleiro baixinho e, logo, vulnerável nas bolas aéreas. O Castillo de quem falam maravilhas é reserva da Seleção Uruguaia, tem a maior cara de tenista juvenil, e senta no banco para um arqueiro chamado Carini. Pô, Carini é nome de gatinha zona-sul! Bem, esse negociante disfarçado de dirigente, foi o responsável pela maioria das 14 contratações para a temporada. E não conseguiu enxergar que uma das grandes carências era a lateral direita. A desculpa é de que um volante (Túlio Souza) e um meia (Abedi) também jogam por ali. Enquanto isso o titular continua sendo... Alessandro! Vários reforços chegaram para o ataque, mas até agora a torcida não viu nenhum centroavante de fato e de direito. Wellington Paulista joga pelas pontas. Fábio (parece piada, mas descobriram isso hoje, somente hoje) é muito novo. E esse Escalada tá com a maior pinta de argentino falsificado. Agora, na semana do clássico decisivo com o Fluminense, a diretoria alvinegra anuncia que está procurando um... atacante. Fecha o pano. E me dá uma gelada com tira-gosto de carne seca.
Foto: Maurício Val/FOTOCOM
Retrato do clássico
A goleada do Fluminense sobre o Flamengo, ontem no Maracanã, só serviu mesmo para dar vazão às mumunhas que um clássico pode ofertar ao torcedor. E isso para não dizer que a vitória tricolor por 4x1 não valeu de nada vezes nada. A primeira encrenca foi a bronca rubro-negra com Thiago Neves, que jogou muito no amistoso de luxo e acabou com a partida. Andam comentando, pelos lados da Gávea, que o meia esnobou a torcida rival ao comemorar dançando e colocando as mãos nos ouvidos. Já o baianíssimo Obina não gostou do que considerou “embaixadinhas” do zagueiro Anderson. Tá bem, o Flu venceu, goleou e tem todo o direito de tirar uma certa onda. Só que é uma marolinha bem chinfrim. A hora da verdade vai ser no fim de semana. Que pode, até pelo momento ligeiramente melhor dos clubes, proporcionar mais dois FlaxFlus na decisão da Taça Guanabara. Como diriam os antigos (e bota antigos nisso!), aí é que vai ser o momento de ver “quem tem garrafas vazias para encher”. O resto é bobagem. Da grossa.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Pergunta que não quer calar

O Diego, goleiro reserva do Flamengo, foi formado nas divisões de base do Botafogo?
Foto: Maurício Val/VIPCOMM
Abre o olho, Cabofriense!
Nem o patrocínio de uma ótica foi capaz de ajudar a Cabofriense. O time da simpática e agradável Cabo Frio mais uma vez morreu na praia. Levou uma sova do Vasco (5x1) hoje à tarde, em São Januário, e está fora das semifinais, junto com todos os outros pequenos. A esperança agora é a Taça Rio, uma espécie de outro campeonato dentro do Cariocão 2008. Isso porque, ao invés de sete, serão oito rodadas. E o campeão da Taça Guanabara não vai se empenhar muito. Flamengo e Fluminense vão centrar forças na Libertadores. Vasco e Botafogo têm pela frente a Copa do Brasil. Pode até ser que, mesmo com os grandes só jogando em casa, no returno aconteça alguma surpresa. E não custa acrescentar que os "gigantes" vão ter de passar por dois clássicos porque um grupo enfrenta o outro. E vice-versa.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Foto: Thony Barboza / SITE CAETANO
Ao MUMUNHA, com carinho
O pessoal do MUMUNHA pediu e Caetano Veloso, solícito, atendeu. Aí vai a canção (ainda não disponível em áudio) que o baiano fez para o blog:
Ei, ei, Salvador,
Aqui estou
Sou Bahia,
Bênção mainha;
Sou Vitória,
Minha glória.

Ei, ei você,
Vem me ver;
É o futebol,
É o besteirol;
É mumunha,
Calo e unha.

Ei, ei torcedor,
Cheio de amor.
Vou cantarolar,
Vou me encantar.
Está tudo lindo,
Mundo sorrindo.

Ei, ei trio elétrico
Poder magnético;
Vem gente atrás
Suor que satisfaz
Ai, ai, leãozinho,
Acorda devagarzinho.
Foto: Fotolog do América de Natal
Foto: Juliano Costa / Jornal da TardeFoto: Globo Esporte.Com
Incrível, fantástico, extraordinário
Um é pouco, dois é bom, três é demais. Esta sexta-feira bem que poderia ser dia 13. Algumas notícias, beirando o surrealismo, tomaram conta do noticiário esportivo brasileiro nas últimas horas. No ano de seu centenário, o Atlético Mineiro anuncia o acerto com... Souza. E para ser o camisa 10! Para quem não se lembra, é aquele mesmo meia esquerda habilidoso, que andou jogando bem pelo Corinthians no início da carreira e teve uma curta passagem pelo Flamengo. Ultimamente ele estava no América de Natal. O detalhe é que o Galo havia tentado, antes, o argentino Gallardo, Ricardinho e até Roger. Ou seja: foi descendo a ladeira até firmar com o “grande reforço” dos 100 anos. Passado o impacto inicial, o internauta que continuar navegando vai se deparar com outra bomba: o Palmeiras fecha com Denílson, ponta esquerda revelado pelo São Paulo na época em que vovó ainda era virgem. O atacante, ex-Seleção Brasileira, firmou contrato até 31 de dezembro e já fez as mesmas macaquices de sempre. Como não se emenda, conseguiu uma cláusula que o libera para a Europa se aparecer uma boa proposta. Fechando o tripé, eis que a Desportiva Ferroviária, do Espírito Santo, faz festa para seu novo astro: Sávio. Ele mesmo! Depois de Flamengo, Real Madrid e outros tantos clubes, o “canela de louça” volta para casa 20 anos mais tarde com a incumbência de ser jogador e... dirigente! Preciso tomar uma cerveja urgente. E assunto encerrado.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Foto: Márcio Rodrigues/FOTOCOMDescobri que te amo
Há algumas semanas, antes de acertar definitivamente com o Flamengo, Diego Tardelli se envolveu em uma polêmica com Souza. Um falou mal do outro, que retrucou o um. Pela discussão via imprensa, "pereba" ou "perna-de-pau" foram os adjetivos mais suaves. Kléber Leite, o presidente de fato do rubro-negro, bancou a contratação e disse que os dois atacantes iam tirar a diferença dentro do mesmo quarto na concentração. Pela foto aí de cima, feita hoje, segundos depois do primeiro gol de Tardelli com a camisa do Mengão, alguém acredita em quabra-pau entre quatro paredes?
Foto: AFP
Bambi & bambi
Estão vendo esses dois bichanos alvi-rubros aí em cima? Pois é, são os mascotes da Eurocopa 2008. Tratam-se de Trix e Flix, nesta ordem. Posaram hoje para o mundo no amistoso Itália x Portugal, em Zurique. Para não dizer que é implicância minha, mostrei a foto para minha mulher sem falar absolutamente nada. Palavras dela: "que coisa de....." Depois ainda tem gente que critica o Richarlysson. Perto disso ele é um mecânico todo sujo de graxa, com uma chave de fenda na mão, olhando para o pôster da Mônica Carvalho com secura na boca.