Foto: Site do Inter
Não é comum no futebol um 0x0 ter sido grande jogo. Pela ordem natural, o momento supremo da disputa mais apaixonante do planeta é exatamente a marcação do gol. Ontem, contrariando essa lógica, Flamengo e Internacional fizeram um partidaço no Maracanã. Eletrizante, emocionante, imprevisível. E com resultado injusto pela apresentação rubro-negra. O Flamengo merecia deixar o gramado vencedor. Foi mais time, em todos os sentidos. Atacou com intensidade, pressionou, bombardeou. Esbarrou, como de costume ultimamente, na péssima pontaria de seus atacantes. Ou em seus péssimos atacantes de pontaria duvidosa, como queiram! E o Inter, de quem todos esperavam brilhantismo, se encolheu. Deu impressão de certa soberba de quem tem consciência de sua superioridade técnica, acreditando poder decidir no momento oportuno. Notei isso quando vários jogadores começaram a trocar passes laterais ou para trás, geralmente de primeira, sem qualquer outra intenção que não apenas prender a bola para mostrar falso controle sobre ela. E a estratégia quase prevaleceu no finzinho, em intervenção espetacular de Bruno. Ele conseguiu espalmar a bola e chutá-la para longe na mesma defesa. Agora resta aguardar a volta, no Beira-Rio. Pelo regulamento, o Inter precisa vencer no tempo normal. O Flamengo administra ligeira vantagem: de poder se classificar em caso de empate com gols. Em se tratando de encarar o Colorado no Rio Grande do Sul, até essa hipótese é tarefa das mais inglórias.
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