sexta-feira, 23 de abril de 2010

Batom na bola

Foto: Márcia Feitosa/Vipcomm
Sinceramente, não entendi. Tudo bem que o ambiente estava tumultuado e há divergências internas que se tornaram públicas. Questões administrativas. E que deveriam ser geridas pelos dirigentes. Porque, dentro de campo, o Flamengo não vai mal, não. Muito pelo contrário. Andrade assumiu a equipe brigando nas últimas posições do Campeonato Brasileiro. Grupo desacreditado, em frangalhos. Quieto, trabalhador, do alto de seu jeito humilde, fez o que parecia impossível: levou o time ao título. Este ano, o Flamengo teve a melhor campanha nos dois turnos do Campeonato Carioca. Perdeu a competição para o Botafogo, porque, depois de tanto ganhar do rival, um dia isso ia acontecer. Ordem natural da vida.

Mesmo aos trancos e barrancos, a equipe chegou às oitavas-de-final da Taça Libertadores. Portanto, o trabalho de Andrade é excelente, sim. Surpreendente, até. Quem deveria perder o posto que ocupava, era o vice-presidente de futebol, Marcos Braz. O que também acabou ocorrendo. Cabia a ele e a presidente Patrícia Amorim punir jogadores se considerar que eles cometeram excessos ou indisciplinas. O trabalho do treinador é dentro do campo. Acredito que a presidente quis dar uma varredura no clube, mostrar autoridade. E não soube dosar a força da atitude, afastando apenas o cartola. Pecou, pelo rigor excessivo. Pisou na bola. Ou melhor, borrou de batom.

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